Crítica | Jogos Vorazes: Em Chamas

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2023 | 2 h 26 min | Ação – Aventura – Ficção científica 

(Paris Filmes/Divulgação) 

No segundo filme do universo de “Jogos Vorazes”, Katniss (Jenniffer Lawrence) precisa lidar com as consequências de suas atitudes nos jogos (que incomodou bastante a Capital), além de enfrentar as lembranças assustadoras que vivenciou na arena e que a deixou muito atormentada.  

A grande Jeniffer Lawrence consegue entregar perfeitamente essa protagonista confusa e traumatizada que não quer ser parte do sistema, mas que deve acatar às exigências de Snow (Donald Sutherland) pela segurança das pessoas que ama.  

Como muito bem dito pelos próprios personagens, “ninguém nunca vence os Jogos Vorazes”, então, a narrativa desse capítulo explora esse sentimento caótico e o profundo ódio pela Capital, enquanto nada pode ser feito para detê-la, pois é preciso fazer parte do teatro, neste jogo complexo pela sobrevivência e dominação.  

(Paris Filmes/Divulgação) 

Entretanto, durante a turnê dos vitoriosos da 74ª edição dos Jogos Vorazes, em que o falso romance do casal principal é o foco das preocupações da Capital, Katniss descobre que sua participação nos jogos desperta algo adormecido em seu povo: a ESPERANÇA.   

Diversos motins passam a acontecer em todos os distritos, e com essa informação, o presidente Snow não poupa seus esforços para destruir a heroína, vista como um ícone para a rebelião.  

Com isso, o governo passa a buscar formas de dissolver as manifestações e manter-se no controle, com “Pacificadores” distribuídos nas ruas dos distritos, vasculhando casas, queimando mercadorias, agredindo e aterrorizando a população.  

(Paris Filmes/Divulgação) 

E como “até os mais fortes não podem sobrepujar o poder da Capital”, com a ajuda de Putarch Heavensbee (Philip Seymour Hoffman), um personagem cheio de duplicidades muito bem representadas pelo ator, e o novo Idealizador dos Jogos, o Presidente Snow consegue trazer Katniss e Peeta (Josh Hutcherson) novamente para a arena no Massacre Quaternário, em que todos os tributos que algum dia venceram os jogos são sorteados para lutar mais uma vez pelas suas vidas no abatedouro televisivo.  

O brilhante roteiro, adaptado dos livros para as telonas, mostra como essas medidas são tomadas internamente pelos governantes, aumentando ainda mais o clima de tensão em quem assiste.  

Comandado agora pelo diretor Francis Lawrence, que dirige também os dois últimos filmes da saga, “Em Chamas” revela o momento em que a revolução popular começa a nascer contra o regime totalitário, explorando mais a fundo as relações dos personagens entre si, destacando a aproximação de toda a equipe do Distrito 12, e o carinho do marcante estilista Cinna (Lenny Kravitz) por Katniss.  

O segundo longa traz ainda mais momentos de ação, com lutas intensas e efeitos de tirar o fôlego, que prendem o telespectador a uma vontade de acompanhar mais da jornada de Katniss como o estopim de uma nova fase para o mundo de Panem.