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Crítica | Confinado

  • Foto do escritor: Gustavo Pestana
    Gustavo Pestana
  • 28 de mai.
  • 2 min de leitura

2025 | 1 h 35 min | Suspense 

(Diamond Films/Divulgação) 


Bill Skarsgård está de volta em mais um suspense que, infelizmente, já nasce com cara de fracasso. Confinado aposta em uma proposta interessante, mas tropeça feio na execução. Nem mesmo a presença de Anthony Hopkins, um verdadeiro ícone do cinema consegue resgatar esse thriller de sua monotonia sufocante. 

 

Na trama, Skarsgård interpreta Eddie, um homem à beira do colapso. Vivendo endividado e pressionado pela ex-esposa em relação à filha, ele decide recorrer ao crime para tentar sair do buraco (honestamente não me lembro se ele já era criminoso antes desse momento). O plano? Furtar itens dos carros.  

 

Mas o que era para ser um golpe rápido se transforma em pesadelo quando ele fica preso dentro do carro de William (Anthony Hopkins), um idoso aparentemente inofensivo que, na verdade, armou uma armadilha mortal para capturar um ladrão qualquer e se vingar de todos os furtos que sofreu no passado. 

(Diamond Films/Divulgação) 


O longa se desenrola praticamente inteiro dentro do carro, o que poderia ser um prato cheio para explorar dilemas morais, tensão psicológica e aprofundamento dos personagens. No entanto, Confinado opta por manter o foco em tensão e uma atmosfera de perigo constante, sem oferecer ao espectador uma razão concreta para a William fazer o que faz. E mesmo que vivido com competência por Hopkins, nunca convence. 

 

O maior problema está na falta de empatia. É difícil torcer por Eddie, mas também impossível entender as motivações de William. O espectador é empurrado para uma experiência sem conexão emocional, assistindo a um idoso torturar alguém que mal conhece, sem qualquer peso dramático que justifique a situação. Em vez de tensão, o que surge é o tédio e a pergunta inevitável: por que tudo isso está acontecendo e porque está demorando tanto para uma conclusão? 

 

As nuances que poderiam elevar a narrativa simplesmente não existem. O arco de Eddie parece apontar para uma redenção, mas quando o filme chega ao fim, a sensação é de vazio. Tudo aquilo aconteceu apenas para chegar a uma conclusão rasa? A promessa de um suspense psicológico se desfaz em um roteiro preguiçoso, que desperdiça ideias promissoras e diálogos com potencial. 


(Diamond Films/Divulgação) 


Anthony Hopkins entrega o que pode com o material que tem em mãos, mostrando a frieza e o desequilíbrio necessários para um vilão desse tipo. Já Bill Skarsgård, embora tenha carisma e talento, novamente se vê preso em um projeto que não faz jus ao seu potencial. Sua sequência de escolhas questionáveis no cinema recente levanta dúvidas sobre sua curadoria de papéis. 

 

Confinado poderia ser uma experiência intensa e memorável, mas acaba sendo um thriller arrastado e esquecível. Talvez funcione como passatempo quando chegar ao streaming, mas mesmo assim, é difícil recomendar. Há muitas opções melhores no catálogo para quem busca um suspense psicológico envolvente e bem construído.

Nota

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